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A deficiência auditiva pode provocar depressão?

Publicado por Fonaudio em 12 de dezembro de 2020

Envelhecer faz parte da vida e esse processo é uma realidade mundial, até mesmo em países menos ricos, onde a expectativa de vida costuma ser menor. No Brasil, contudo, o decurso ocorre de forma mais radical e acelerada, indicando que, no presente ano, nosso país ocupará o sexto lugar no ranking do número de idosos. O desenvolvimento desse cenário, obviamente, gera modificações progressivas e irreversíveis nos sistema funcionais, acarretando limitações motoras e sensitivas. No entanto, o envelhecimento não é único fator que pode causar perda auditiva, já que o uso de medicamentos ototóxicos, a exposição excessiva à ruídos, bem como o não tratamento de algumas doenças (entre outras situações) também podem diminuir a capacidade de ouvir… mas o que isso tem a ver com a depressão?

(Reprodução/Freepik)

Bom, a deficiência auditiva pode ocasionar distúrbios sociais, assim como psicológicos e emocionais, como a redução da sociabilidade e o aumento de conflitos nos relacionamentos interpessoais, o que prejudica as atividades do dia a dia. Dentre os problemas observados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e Universidade Luterana do Brasil, está a depressão. De acordo com a pesquisa, a associação acontece, principalmente, devido ao isolamento social, uma vez que ouvir bem é um requisito importante para a integração social, embora não seja uma exigência. Aqui, a dificuldade se concentra na não acessibilidade à língua de sinais por parte dos ouvintes.

Segundo os pesquisadores, a depressão é um dos distúrbios mentais mais comuns entre adultos e idosos. Desse modo, o método de pesquisa, que submeteu os indivíduos à avaliação audiológica e ao rastreio de sintomatologia depressiva, constatou que, dos 54 avaliados, 25 apresentaram sintomas de depressão. Assim, a interferência que a perda auditiva provoca nos aspectos psicossociais pode ser um dos fatores que favorecem o desenvolvimento do quadro depressivo, o que fortalece ainda mais a associação entre perda auditiva e doenças psíquicas.

Mas fugindo um pouco de números e pesquisas, e indo para o lado mais humano, nós entendemos e sabemos como é difícil perder, independente do que seja… e perder um sentido, algo que estávamos tão acostumados a ter, deve ser mais doloroso ainda. Contudo, a vida não é só uma parte. Se você tem sentido um forte desânimo e desesperança, procure ajuda profissional. Sabemos que palavras nunca são o suficiente para reverter situações do tipo, mas elas têm o poder de nos motivar… e tudo o que queremos é te motivar. É mostrar motivos para sorrir novamente. A vida não pode terminar após as perdas, até porque perder faz parte dela. Resinifiquemos nossas dores.

E ah, nós temos um artigo sobre como ”aprender” a lidar com a frustração de perder a audição, recomendamos a leitura, ok?

Referências: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Luterana do Brasil.  

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