Calma! Antes de mais nada, saiba que a vida não acaba por conta disso. Obviamente haverão dificuldades, mas quem é que não tem ou nunca teve dificuldade em algumas situações da vida? Para uns, a dificuldade é, está ou estará em ouvir. Alguns, em falar. Outros, em enxergar. O importante é jamais desistir! Por isso, continue firme e não se desespere, nós estamos aqui para te ajudar.
O que caracteriza a perda auditiva?
A perda auditiva é qualificada como a diminuição da capacidade de ouvir. Pode ser algo que acontece de forma repentina, no decorrer da vida ou ainda durante o desenvolvimento do feto. Compreender a perda desse sentido é o primeiro passo para caminhar rumo à qualidade de vida.
A audição é uma habilidade e, diferente da fala, ela não pode ser desenvolvida. A má formação do nervo coclear e infecções virais durante a gravidez, na maior parte dos casos, são os responsáveis pela surdez congênita, ou seja, quando a deficiência é desenvolvida ainda na barriga da mãe. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza uma gama enorme de exames e de testes a fim de identificar, precocemente, doenças e alterações em bebês. A triagem neonatal auditiva ou o teste da orelhinha, é um desses exames e é realizado ainda na maternidade. O fone inserido na orelha do recém nascido emite sons de baixa intensidade e recolhe as respostas produzidas pelo ouvido interno, possibilitando constatar se a criança está reagindo conforme o esperado. Se forem identificadas alterações, a criança deve ser encaminhada ao otorrinolaringologista para avaliação audiológica.
Além dessa etiologia, a surdez também pode surgir de forma repentina. A exposição à explosões ou sons de alta intensidade, bem como acidentes cranioencefálicos são as causas mais comuns da diminuição abrupta da acuidade auditiva. Outrossim, algumas doenças também podem provocar ou favorecer a hipoacusia.
Apesar de ser uma perda, a deficiência não significa surdez total. Existem níveis de diminuição da capacidade auditiva e eles se dividem em quatro categorias: leve, moderado, grave e profundo.
Perda auditiva leve:Há dificuldade para ouvir e entender discursos brandos ou distantes.
Perda auditiva moderada: Dificuldade em ouvir discurso regular, ainda que em distâncias próximas.
Perda auditiva grave: Só consegue escutar se o discurso for muito alto.
Perda auditiva profunda:Só há a percepção de sons altos como vibrações.
Como posso saber se meu filho escuta ou não?
As crianças, diariamente, podem dar indícios da dificuldade em ouvir e, geralmente, os pais ou professores são os primeiros a notar esses sinais. Comportamentos como: não virar a cabeça na direção da fonte sonora após os três meses de idade; não reproduzir nenhuma fala depois dos dois primeiros anos de vida; assistir televisão ou ouvir música mais alto que o normal; não responder quando é chamado; falar mais alto que o habitual; pedir, com certa frequência, para repetir o que foi dito, podem ser suspeitos.
Por isso, para que não haja qualquer dúvida, procure o médico com urgência. Salvos os casos de surdez súbita, a perda auditiva pode ser retardada se houver o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, e há casos em que a dificuldade é apenas temporária, seja por uma infecção na região ou por obstrução da via.
O que eu posso fazer para ajudar?
A melhor forma de ajudar é prestar atenção aos comportamentos que podem indicar algum nível de perda auditiva. Assim como para qualquer outra doença, o diagnóstico precoce é primordial para o tratamento e para a devolução da qualidade de vida dos pacientes. Hoje, existem diversos recursos que tornam mais fácil a vida dos portadores de deficiência auditiva. Aparelhos auditivos, cirurgias, medicamentos, implantes de condução óssea e implantes cocleares são opções disponíveis que podem facilitar o dia a dia de quem enfrenta o problema. Contudo, entender o que causou (ou tem causado) a diminuição da capacidade de ouvir é a chave para encontrar o caminho correto, pois existem diferentes tipos de perdas: neurossensorial, de alta frequência, unilateral, condutiva e mista. Viu a importância de procurar ajuda?
Meu filho vai conseguir falar?
Nada o impede. Isso, porque o mudo, por definição, é quem não faz uso dos órgãos e regiões emissores de sons, e, apesar da dificuldade em ouvir, pessoas surdas ou portadores de deficiências auditivas podem produzir sonorizações vocais. É claro que haverá uma barreira maior no desenvolvimento da comunicação, mas a deficiência em si não impede a linguagem oral. Afinal, a audição depende de um órgão, o ouvido, e a fala, de outro.
Cuide da sua saúde, cuide de você!