Tente se lembrar quais são as canções que mais te emocionaram um dia… mas não pense apenas naquelas que, de repente, provocaram tristeza… o choro de alegria também é importante (e diria que é até mais). É provável que agora, neste exato momento, muitas lembranças estejam saltando à sua memória, te fazendo relembrar e reviver todas as emoções e sensações que aquela música específica um dia te provocou. A nossa incrível memória não nos permite esquecer aquilo que nos marca, seja por um mero instinto de sobrevivência ou seja por um mecanismo sofisticado do córtex pré-frontal… tanto faz. O fato é: não esquecemos.
Como funciona a memória?
Maria Luiza, 26 anos, arquiteta e urbanista nascida e criada do interior de São Paulo. Diferente da preferência de seus pais, Malu, como gosta de ser chamada, não costuma ouvir música brasileira, optando, desde a adolescência, por canções internacionais, sobretudo, pelo blues. No entanto, sempre que vai ao happy hour com os colegas do escritório que, por vontade da vida (leia-se: por vontade da maioria), é perpetuamente marcado no mesmo pub. Quando esse dia chega, a arquiteta tem de passar por uma situação: a de reviver a sua infância.
Apesar do gosto ”diferenciado” na vida adulta, Malu cresceu ouvindo as músicas que seus pais ouviam. Como sua história começou em meados da década de 90, e como Cláudio e Bete adoravam (e ainda adoram!) MPB, a jovem revive, em sua memória, as suas reuniões familiares. Sempre que começa a tocar ”Malandragem” nesse pub onde o pessoal do trabalho costuma se encontrar, ela revive as reuniões familiares. As lembranças que Malu recorda são tão vivas e intensas, que ela é capaz de sentir até mesmo o cheiro do ambiente… de ouvir as vozes… de se transportar para o passado. E é certo que a Maria Luiza não é a única pessoa a passar por isso. Assim, a música, acima de tudo, serve para marcar. Para nos marcar. Marca quem escreve e marca quem escuta.
Agora, imagine se não houvesse música. Imagine se os pássaros não tivessem a capacidade de cantar. É aqui que entra a importância da música para a inclusão dos deficientes auditivos. Não entendeu? Nós vamos explicar.
A música estimula o sistema sensorial, especialmente a audição e a vibração, além de ser uma comunicação verbal e não-verbal ao mesmo tempo. O professor e médico otorrinolaringologista Rogério HamerSchimidt, da Universidade Federal do Paraná, especialista em tratamento da surdez e implante coclear, afima que a música tem papel fundamental no desenvolvimento da criança e no bem-estar do adulto. Isso, porque o sons estimulam o desenvolvimento de partes específicas do cérebro, o que favorece o processo de aprendizado. Alguns estudos recentes demonstraram que até mesmo crianças normo-ouvintes com o mesmo acesso à musicalidade, desenvolvem melhor a fala. Assim, é extremamente importante que todas as crianças (bem como todos os adultos) tenham algum contato com a música, seja por meio de um instrumento, do canto…
Alguns outros benefícios que a música traz:
- Amplia o vocabulário;
- Melhora a autoestima;
- Estimula áreas do cérebro que a fala (sozinha) não consegue estimular;
- Promove o bem-estar;
- E marca momentos.
E aí, vai continuar sem música na sua vida?