O colesteatoma é um tumor de natureza benigna formado a partir da proliferação anormal das células epiteliais queratinizadas da orelha média, osso da mastoide e estruturas próximas. O termo diz muito sobre a doença: cole de colesterol; esteato de gordura; oma – tumor. Já dá para imaginar o que ela significa, não é verdade?
O que é esse tumor?
A definição de 1838, proposta pelo anatomista alemão Johannes Muller, sugeria que o colesteatoma fosse um tumor formado por tecido gorduroso e cristais de colesterol. Contudo, com os avanços da medicina, o termo se mostrou descabido, uma que ele não conta com cristais de colesterol e tampouco com gordura, mas sim com epitélio estratificado queratinizado, além de ter sido observada a presença de outros tipos de células.
Apesar da natureza benigna da queratoma, como também é chamada, causando, na maior parte da vezes, quadro clínico ameno, há casos em que se observa a agressividade do tumor com a destruição de ossos, o que pode trazer sérias complicações intracranianas, como a formação de abscessos, e o desenvolvimento de meningite otogênica, assim como extracranianas: paralisia facial, mastoidite, labirintite infecciosa e petrosite, inflamação que atinge o osso temporal.
A doença, que pode congênita – aquilo que é formado na fase fetal – ou adquirida, tem várias teorias acerca de sua formação e depende dessa classificação. Nos casos congênitos, acredita-se que o colesteatoma se origine no instante do fechamento da tuba neural, visto que não há perfuração timpânica e sempre haja ausência de indícios de infecção prévia nos pacientes portadores do tumor.
Já para o queratoma adquirido, acredita-se que a doença se desenvolva a partir de otites maltratadas, o que teria provocado rupturas na mucosa da orelha média, seguida de inflamação, descamação do tecido e posterior acúmulo de queratina. Além disso, há casos em que o tumor se originou como resultado de uma perfuração da membrana timpânica. Essa abertura facilitaria o ”deslocamento” da epiderme do meato para o interior da orelha média, além, é claro, da soma de outros fatores, como a presença de processo inflamatório e infeccioso.
Ainda há estudos que sugerem outras linhas de pensamento a respeito do desenvolvimento do colesteatoma, entretanto, ainda não há consenso sobre sua origem. Macroscopicamente, a queratoma é uma lesão cística com configuração e tamanho variáveis, de crescimento independente e progressivo, com tendência de recorrência. Entre as características comuns da patogenia estão a presença de bactérias e enorme quantidade de citocinas liberadas por células inflamatórias. Comumente, o tumor atinge a cadeia ossicular, provocando erosões ósseas. A destruição total ou parcial desses ossículos é observada em 80% dos pacientes, o que é assustador.
Como isso se relaciona à surdez?
”As pessoas falavam comigo e eu não conseguia ouvir”. Parece uma frase generalista, concorda? Apesar disso, ela expõe um dos principais sintomas da doença. Considerada comum pela Sociedade Brasileira de Otologia, o colesteatoma não cuidado pode trazer consequências sérias à saúde auditiva. Isso, porque o tumor se ”instala” na região responsável por transmitir o som para o ouvido interna, a orelha média. Infelizmente, em grande parte dos casos, há perda de audição, seja por diagnóstico errado, seja por diagnóstico tardio. Diante disso, ficou claro que o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Além do mais, a doença também pode trazer outras complicações, como a perda de equilíbrio, tontura, paralisa facial e infecção crônica.
Quais são os sintomas?
- Dificuldade para ouvir;
- Presença de secreção com forte odor;
- Sensação de pressão no ouvido;
- Dor;
- Inchaço.
Como sempre ressaltamos, a prevenção é a melhor escolha para uma vida plena e saudável. Por isso, não espere sentir nenhuma sintoma. Ouvir os sons da vida é o que nos dá prazer!