A resposta para essa pergunta é SIM!
Ouvir é a principal ferramenta para o desenvolvimento de habilidades da linguagem oral. O ouvido é o único órgão sensorial humano com interpretação nos dois hemisférios do cérebro. Dentre as etiologias da surdez, as infecções virais, como caxumba e catapora, a ototoxidade e a meningite são as causas mais recorrentes, acometendo majoritariamente países subdesenvolvidos, nos quais as medidas sanitárias ainda não são completamente satisfatórias. A má formação do nervo coclear também está associada à perda auditiva unilateral. Seu diagnóstico, na grande maioria dos casos, acontece ainda na fase pré-escolar e se relaciona a repetição de ano ou à prevalência de dificuldades escolares.
O que é?
A perda auditiva unilateral é caracterizada pela diminuição parcial ou total da capacidade de ouvir, podendo ser classificada em graus leve, moderado, severo e profundo. Sua manifestação pode ocorrer ao nascimento ou ao longo da vida, tendo causas variadas. A perda unilateral, ou seja, aquela que acomete apenas um dos ouvidos do indivíduo, manifesta-se, sobretudo, em crianças, o que reforça ainda mais a necessidade de atenção para com a audição.
Apesar dos efeitos serem menores dos que os provocados pela surdez bilateral, a hipoacusia unilateral afeta a comunicação e o desempenho de habilidades auditivas em diversos níveis, e, embora não pareça tão severo, os indivíduos quando em presença de ruídos ambientais enfrentam maiores dificuldades que os ouvintes normais. Além do mais, a localização espacial das fontes sonoras também fica comprometida. Dessa forma, fica evidente que o prognóstico também exige reabilitação e amplificação do aparelho auditivo, a fim de restabelecer a audição binaural para que os pacientes possam ter, novamente, condições adequadas e favoráveis ao desenvolvimento de habilidades comunicativas e de interação social usando a via da audição.
Importante! Há indicadores de que uma quantidade expressiva de crianças portadoras de surdez unilateral possui problemas comportamentais e dificuldades escolares quando comparadas às crianças com audição normal. Outrossim, esses mesmos especialistas em saúde relataram que elas vivenciaram dificuldades emocionais, como sentimentos de vergonha e rejeição, bem como irritação.
Curiosidade: o estudo sobre perda auditiva unilateral e assimétrica na infância, publicado pela Universidade de São Paulo em 2020 e desenvolvido na Seção de Implante Coclear do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, analisou os dados de 1152 pacientes, sendo 37% adolescentes, adultos ou idosos e 63% crianças. Dentre os indicadores de risco, e para ambos os grupos, a hereditariedade teve maior prevalência entre a amostra analisada. Além disso, 50% das famílias que apresentaram crianças portadoras de deficiência auditiva eram de baixa renda, o que torna imprescindível a ampliação e o acesso à políticas públicas.
A atenção é primordial
É fundamental, portanto, que familiares e profissionais que mantenham contato com crianças, sobretudo em seus primeiros anos de vida, estejam sempre atentos aos sinais de dificuldades de ouvir ou falar e não negligenciem a busca por prognóstico e tratamento corretos.
Cuide da sua audição e da audição das pessoas que você ama!